segunda-feira, 9 de maio de 2011

Bater na madeira

As origens da expressão utilizada por supersticiosos

Márcio Cotrim*

O costume de bater na madeira vem de tempos bem antigos. Entre os celtas, consistia em bater no tronco de uma árvore para afugentar o azar, com base no fato de que os raios caem frequentemente nas árvores, sinal de que elas seriam a morada terrestre dos deuses. A pessoa estaria mantendo contato com o deus e lhe pedindo ajuda.
Na mesma linha, os druidas batiam na madeira para espantar os maus espíritos. Já na Roma Antiga, por sua vez, batia-se na madeira da mesa das refeições, considerada sagrada, para invocar os deuses protetores tanto da família quanto do lar.
Historicamente, a árvore preferida para neutralizar o mau agouro era o carvalho, venerado por sua força, imponência e longevidade. Ele teria poderes sobrenaturais por suportar a força dos raios.
Acreditava-se que vivia no carvalho o deus dos relâmpagos. Bater nessa árvore era, portanto, um meio para afastar perigos e riscos diversos.
Mata ciliar: Importante formação vegetal para a preservação da vida e da natureza, uma cobertura nativa existente nas margens de rios, igarapés, lagos, olhos-d'água e represas, e tão necessária para sua proteção como os cílios para nossos olhos, daí o berço da expressão. Elemento fundamental de um ecossistema, a mata ciliar, em linguagem de leigo, é, por assim dizer, a franja vegetal situada na beira de toda superfície líquida natural, estática ou dinâmica. Acolhe grande variedade de seres vivos, que nela encontram abrigo e refúgio.

Criado-mudo: É aquilo que a expressão sugere: um mordomo calado. No português falado no Brasil tem esse nome, embora em alguns estados, como o Rio de Janeiro, seja mais conhecido como mesinha de cabeceira. Trata-se de uma pequena mesa que fica ao lado da cama. Pode ter gavetas e nela são colocados ou guardados diversos objetos, o que facilita o acesso das pessoas que estejam deitadas. O termo criado-mudo se deve ao fato de ele servir como auxiliador, ao acolher coisas que não se pretende carregar, tarefa antigamente cumprida por mordomos e criados entre pessoas ricas.

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