domingo, 13 de maio de 2012

O texto dissertativo-argumentativo - dicas para fazer uma boa redação


 

 

Vale ressaltar que não se trata de um regra a ser seguida, mas apenas de uma dica que pode ser totalmente ou em partes aproveitada.


 

Primeiro passo: entender bem o tema do texto


 

Exemplo: TEMA: “O adolescente, hoje, precisa de limites?”

  • Desse tema eu posso retirar uma expressão central: “limite para os adolescentes”. Ou posso, simplesmente, retirar a expressão “limites”.


 

Segundo passo: a introdução do texto

  • Começo a escrever o texto dissertativo-argumentativo definindo a expressão central retirada do tema.

 

Exemplo: Definindo a expressão “limite para os adolescentes” : O que é, ou o que significa dar limites aos adolescentes? 

  

Vou elaborar um pequeno texto (pode ser uma frase ou mais de uma ) respondendo essa questão:


 

   A sociedade constitui-se de pessoas que se transformam ao longo do tempo, mudam a forma de pensar e agir. Isso faz com que uma geração de adolescentes não seja, necessariamente, igual a uma anterior, assim como são diferentes as regras e os valores sociais de cada geração. No entanto, independente da época, sempre existirão regras e valores que moldarão o pensamento, o comportamento, as atitudes dos jovens na sociedade – são os chamados limites, que podem se apresentar de maneiras diversas, com maior ou menor rigor.


 

  • Depois de definir a expressão central retirada do tema, é hora de esclarecer o objetivo do texto. 


     

    • Geralmente é possível, nessa hora, responder perguntas como: o que eu pretendo argumentar? Qual é o meu objetivo ao escrever esse texto? 


     

    • É muito importante centrar-se no tema proposto na hora de estabelecer um objetivo.

 

Exemplo: Como o tema, nesse caso, é “O adolescente, hoje, precisa de limites?", então, o objetivo será, exatamente, responder essa questão. Assim, eu posso fechar minha introdução com uma pergunta (lembrando-me, sempre, de não copiar o tema proposto) ou posso colocar a questão do tema sem ser em forma de pergunta propriamente.


 

   A sociedade constitui-se de pessoas que se transformam ao longo do tempo, mudam a forma de pensar e agir. Isso faz com que uma geração de adolescentes não seja, necessariamente, igual a uma anterior, assim como são diferentes as regras e os valores sociais de cada geração. No entanto, independente da época, sempre existirão regras e valores que moldarão o pensamento, o comportamento, as atitudes dos jovens na sociedade – são os chamados limites, que podem se apresentar de maneiras diversas, com maior ou menor rigor. Hoje, questiona-se se esses limites devem ser impostos aos adolescentes ou se estes devem ser mais livres para estabelecerem seus próprios limites.
 

Terceiro passo: o desenvolvimento do texto

  • Para começar a desenvolver o texto, é interessante fazer um esquema sobre o que quero argumentar. 


     

    • Posso colocar em tópicos, num rascunho, os pontos principais de cada argumento, lembrando, sempre, do objetivo do texto, para não deixar a redação “caminhar” para um rumo muito além do esperado.

 

Exemplo: O objetivo é saber se os adolescentes precisam ou não de limites. Eu posso argumentar de várias formas. Vou colocar, aqui, 4 opções:

 


 

OPÇÃO 1: Posso defender a ideia de que os adolescentes precisam de limites e apresentar justificativas para isso:

Esquema:

- Os adolescentes precisam de limites porque, nessa fase da vida, ainda estão se moldando valores que os farão indivíduos íntegros, com caráter.


 

- Os adolescentes precisam de limites porque, nessa fase da vida, eles ainda não têm total discernimento para distinguir tudo que é certo e errado, segundo um modelo de vida sadio e com respeito à moral.


 

OPÇÃO 2: Posso defender a ideia de que os adolescentes precisam de limites, justificar essa opinião e apresentar exemplo(s) que comprove(m) isso:

 


Esquema:

 - Os adolescentes precisam de limites porque, nessa fase da vida, ainda estão se moldando valores que os farão indivíduos íntegros, com caráter, e também os adolescentes não têm total discernimento para distinguir tudo que é certo e errado segundo um modelo de vida sadio e com respeito à moral.


 

- Sobre os exemplos: posso apresentar valores que se aprendem na adolescência e são levados para a vida inteira, sendo tais valores passados através dos limites impostos. Apresentar exemplo(s), também, de atitudes de jovens que mostram a falta de discernimento para distinguir certo e errado.

 

OPÇÃO 3: Posso defender a ideia de que os adolescentes NÃO precisam de limites e apresentar justificativas para isso:


 

Esquema:

- Os adolescentes não precisam de limites, mas de carinho dos pais, que estão cada vez mais ausentes. Os limites impostos acabam afastando pais e filhos.


 

- Os adolescentes não precisam de limites porque eles já são capazes de entender as regras sociais, e os limites serviriam apenas para inibir a criatividade, a liberdade, a capacidade do adolescente de “amadurecer” sozinho, de encarar a realidade tal como ela é.


 

OPÇÃO 4: Posso defender a ideia de que os adolescentes precisam de limites, mas estes não devem ser impostos com muito rigor:


Esquema:

- Os adolescentes precisam de limites porque todo ser humano deve saber lidar com regras, ter disciplina para enfrentar todo tipo de situação, e isso se constrói ao longo da vida, principalmente, quando se é jovem.


 

- Por outro lado, esses limites não precisam ser impostos com tanto rigor, porque pode tolher a criatividade, a liberdade do adolescente.


 

  • Após esquematizar os argumentos, seria interessante desenvolver esse esquema em, pelo menos, dois parágrafos. 


     

    • Não posso me esquecer de fazer uma ligação entre esses parágrafos através de uma expressão ou de uma conjunção que mostre a relação entre eles.

 

Exemplo: Coloquei diferentes maneiras de desenvolver o texto. Vou escolher apenas uma para a redação não ficar confusa, cheia de informações e com pouca objetividade. Vou escolher a primeira opção para exemplificar meu desenvolvimento.


 

            Os jovens entre doze e dezoito anos vivem uma fase em que os valores morais e sociais ainda estão se moldando. Trata-se de um período em que o adolescente encontra-se em meio às regras impostas pela escola, pela família, pela sociedade em geral, e essas regras estabelecem limites que, mais tarde, ajudarão esse adolescente de hoje a tornar-se um cidadão íntegro, com caráter e disciplinado.
            Além disso, nessa fase bem jovem da vida, não se tem total discernimento para distinguir tudo que é certo e errado segundo um modelo de vida sadio e com respeito à moral. O adolescente vive cercado de bons e maus exemplos, sendo estes últimos bastante atraentes, tendo em vista o “glamour” da transgressão. Nessa realidade, diferir o que é interessante momentaneamente e o que é correto e promissor não é uma tarefa fácil para o adolescente, por isso é necessário impor limites para que ele aprenda estabelecer essa distinção.

 

Quarto passo: a conclusão 

 

  • Para iniciar a conclusão é necessário voltar à introdução do texto para relembrar o tema e o objetivo apresentados. Escrevo, então, uma frase (ou mais de uma) sintetizando o objetivo do texto e o foco da argumentação (esse foco da argumentação pode ser encontrado no esquema feito para desenvolver o texto).  

    • Preciso lembrar que não posso repetir o que já foi usado na redação, preciso usar outras palavras e escrever algo não muito longo, pois é só uma síntese. 

 

    • E mais uma dica: seria interessante usar uma expressão ou uma conjunção que marque a conclusão do texto. Mas é bom tentar ser criativo, não colocar aquelas expressões “batidas”, usadas com muita frequência, pois empobrecem a redação: a simplicidade, na dúvida, é sempre a melhor escolha.

             Exemplo:


             Assim, diante da dúvida se se deve impor limites aos adolescentes hoje, pode-se afirmar que a sociedade precisa de indivíduos de bom caráter e que tenham noção de disciplina. Para se ter isso, é preciso que os jovens saibam seguir regras, internalizar valores e distinguir o melhor caminho a ser percorrido
 

  • Para encerrar a conclusão, às vezes, é interessante apresentar uma solução para o problema tratado ou uma sugestão relacionada à questão desenvolvida.

Exemplo: como a questão que estou usando como exemplo diz respeito aos limites, e o desenvolvimento apresentando, aqui, centrou-se na justificativa de se impor, sim, limites aos adolescentes, então, posso fechar o texto com uma das duas opções abaixo
 

1) Uma sugestão para os pais: mostrando uma maneira de impor limites apropriada para a geração de adolescentes atual.
2) Uma sugestão para os próprios adolescentes: mostrando uma maneira de entender a imposição de limites como algo positivo.
 

Escolho, então, a segunda opção para encerrar:

 

          Assim, diante da dúvida se se deve impor limites aos adolescentes hoje, pode-se afirmar que a sociedade precisa de indivíduos de bom caráter e que tenham noção de  disciplina. Para se ter isso, é preciso que os jovens saibam seguir regras, internalizar valores e distinguir o melhor caminho a ser percorrido. Portanto, os adolescentes não devem enxergar os limites impostos como uma forma de perseguição ou como uma maneira de evitar que eles “vivam a vida", mas sim como uma auto-defesa diante da liberdade exagerada, da falta de humanidade, do modismo em detrimento do amor próprio e do excesso de "doces armadilhas" que a realidade apresenta.


 


 

O TEXTO COMPLETO:


 

        A sociedade constitui-se de pessoas que se transformam ao longo do tempo, mudam a forma de pensar e agir. Isso faz com que uma geração de adolescentes não seja, necessariamente, igual a uma anterior, assim como são diferentes as regras e os valores sociais de cada geração. No entanto, independente da época, sempre existirão regras e valores que moldarão o pensamento, o comportamento, as atitudes dos jovens na sociedade – são os chamados limites, que podem se apresentar de maneiras diversas, com maior ou menor rigor. Hoje, questiona-se se esses limites devem ser impostos aos adolescentes ou se estes devem ser mais livres para estabelecerem seus próprios limites.

        Os jovens entre doze e dezoito anos vivem uma fase em que os valores morais e sociais ainda estão se moldando. Trata-se de um período em que o adolescente encontra-se em meio às regras impostas pela escola, pela família, pela sociedade em geral, e essas regras estabelecem limites que, mais tarde, ajudarão esse adolescente de hoje a tornar-se um cidadão íntegro, com caráter e disciplinado.

        Além disso, nessa fase bem jovem da vida, não se tem total discernimento para distinguir tudo que é certo e errado segundo um modelo de vida sadio e com respeito à moral. O adolescente vive cercado de bons e maus exemplos, sendo estes últimos bastante atraentes, tendo em vista o “glamour” da transgressão. Nessa realidade, diferir o que é interessante momentaneamente e o que é correto e promissor não é uma tarefa fácil para o adolescente, por isso é necessário impor limites para que ele aprenda estabelecer essa distinção.

        Assim, diante da dúvida se se deve impor limites aos adolescentes hoje, pode-se afirmar que a sociedade precisa de indivíduos de bom caráter e que tenham noção de disciplina. Para se ter isso, é preciso que os jovens saibam seguir regras, internalizar valores e distinguir o melhor caminho a ser percorrido. Portanto, os adolescentes não devem enxergar os limites impostos como uma forma de perseguição ou como uma maneira de evitar que eles “vivam a vida", mas sim como uma auto-defesa diante da liberdade exagerada, da falta de humanidade, do modismo em detrimento do amor próprio e do excesso de "doces armadilhas" que a realidade apresenta.


 

 

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O encanto de Milton

Com um novo disco lançado, o cantor e compositor Milton Nascimento fala de sua paixão pela sonoridade do idioma e relembra momentos da carreira

Amilton Pinheiro

O cantor e compositor Milton Nascimento demorou muito a aceitar seu nome artístico. Implicava com o nome, a ponto de muitas vezes ser chamado nas ruas e não achar que era com ele. Hoje ele se acostumou, mas gosta mesmo é ser chamado de Bituca. O cantor, que completou 69 anos em outubro (nasceu no Rio de Janeiro em 26 de outubro de 1942 e foi criado em Três Pontas, MG), está com um novo disco "...E a gente sonhando", tendo terminado recentemente a turnê desse trabalho.

A maioria das canções de Milton Nascimento nos remete à natureza e à celebração da vida, em especial das amizades, como as que ele fez com o pessoal que participou do nascimento do Clube da Esquina, como Márcio Borges, Lô Borges, Fernando Brant, Ronaldo Bastos, entre outros. Em 2012 o Clube da Esquina completa 40 anos e, para Milton, essa "junção" de amigos (ele não considera o Clube um movimento por não ter sido planejado) foi importante para o início de todos eles, marcando as suas carreiras.

Milton Nascimento não é dado a elaborações na hora de escrever suas letras, e tampouco gosta de falar sobre o assunto. Acha bacana quando o Caetano Veloso e o Chico Buarque comentam sobre a maneira como escrevem suas composições. Para ele, isso não é algo pensado de forma racional, ele escreve o que seu coração diz. A seguir, o eterno "Coração de Estudante"  da música popular brasileira fala à Língua sobre sua música.

Você poderia falar um pouco do CD e da turnê ".E a gente sonhando"?
É um disco que remete a minha Minas Gerais. Fiz esse disco com vários parceiros, como Fernando Brac, Márcio Borges, Flávio Henrique, Pedrinho do Cavaco. Regravei algumas outras canções, como Resposta ao Tempo, de Cristovão Bastos e Aldir Blanc. A música título do CD, eu compus nos anos 1970, mas não tinha gravado ainda.

Qual o peso da palavra na sua formação?
A palavra era como uma oração lá em casa, algo sagrado mesmo. A palavra teve uma presença muito forte dentro do meu lar. Além de ter tido outras profissões, meu pai também foi professor em Três Pontas (MG), e por causa disso eu cresci num ambiente cheio de livros. Eu fui apresentado muito cedo ao mundo das letras, e minha casa respirava cultura. Pois além da paixão de meu pai pelo conhecimento, minha mãe completava isso com seu amor pela música. E essas duas coisas foram fundamentais na minha formação.

Você nunca gostou do nome Milton Nascimento. Por que o escolheu para sua carreira, já que podia ter sido outro?
De fato, durante muito tempo eu não gostava do meu nome, desde criancinha. Depois de um tempo, já como artista, vi que o nome Milton Nascimento ficou legal. Larguei então dessa bobagem. Não pensei em adotar um nome artístico - eu só não queria mais ficar pensando sobre isso. Desisti de arrumar outro nome e ficou esse, que não mais me incomoda hoje [risos].

Quais os cuidados que você toma com relação ao uso da língua ao compor?
Na verdade, eu sempre faço música seguindo exatamente aquilo que meu coração quer dizer no momento. Portanto, eu não costumo ter um pensamento racional na hora de compor. Quando vejo o Caetano Veloso e o Chico Buarque explicando como trabalham com a língua, acho sensacional, mas eu não penso de forma racional sobre isso. Sigo, claro, regras cultas do português, mas a letra vai jorrando sem muitas elaborações. Escrevo o que vejo e o que meu coração processa na mente.

O que mais atrai você no uso da língua portuguesa?
É minha língua, sou brasileiro, e isso basta. Como eu falei anteriormente, não fico pensando de forma racional no uso da língua. Acho que a língua portuguesa tem uma sonoridade peculiar que me atrai e seduz, como a sereia que ao cantar leva os marinheiros à perdição. É assim que a língua portuguesa me atrai, como algo que seduz e leva à perdição, no bom sentido [risos].

É possível dizer que há musicalidade no idioma?
Claro que sim, a língua portuguesa é uma das mais musicais que existem. Ela tem uma sonoridade que lhe é muito peculiar. Fiz várias parcerias com artistas estrangeiros e eles sempre me falaram da beleza que é a sonoridade da língua portuguesa. O que primeiro atrai esses músicos estrangeiros é a sonoridade, já que eles não entendem o idioma.

Você nunca aderiu a nenhuma legenda partidária, a um partido, mas a alguns políticos, como por exemplo Tancredo Neves...
O Tancredo foi uma coisa muito forte na minha vida. Ele era muito ligado aos músicos, principalmente aos músicos mineiros. Teve uma vez em que ele estava na casa dele e chegaram alguns jornalistas para entrevistá-lo. Ele pediu que aguardassem, pois estava esperando uns músicos. Para ele, eram mais importantes os músicos do que a entrevista que ia dar. Então, para nós [músicos], ele era uma pessoa muito querida, muito importante [risos].

Você foi também muito ligado ao ex-presidente Juscelino Kubitschek?
Fui. O Juscelino era ligado à dança, à música, à literatura. Eu o conheci em Diamantina [Minas Gerais]. Nós fomos, eu, Márcio Borges, Lô Borges e Fernando Brant para Diamantina fazer umas serenatas e uma reportagem para uma revista [O Cruzeiro]. Numa dessas serenatas que começou à noite e varou pela madrugada afora indo até o outro dia, acho que eram umas dez e meia da manhã, quando se aproximou um carro todo preto, um carrão, eu olhei e disse para o pessoal: "Ih, lá vêm coisas". A gente fingiu que não estava com medo. Desceu um crioulão forte que foi abrir a porta de trás e saiu Juscelino e foi logo dando uma risada meio parecida com a do Papai Noel. Ele ria igual a Papai Noel, era muito engraçada a risada dele. Aconteceu que ele sentou com a gente e um fotógrafo que estava ali próximo tirou uns retratos de todos nós. Ele assim que chegou falou: "Vocês tocam uma música para mim?". Nós perguntamos: "Claro, pode ser qualquer uma?". Ele falou uma coisa que ninguém acreditou depois que falamos, nem a filha dele.
Ele disse: "Podem tocar qualquer coisa, mas  não toquem Peixe Vivo, que eu odeio essa música" [risos]. Mas o lance do Juscelino falar assim da música Peixe Vivo me lembra uma coisa que aconteceu comigo, mas eu freei a tempo. Perguntaram numa ocasião qual era a comida de Minas que eu gostava mais, aí eu disse: "pão de queijo".  Tinha outras comidas que gostava mais, mas saiu aquela, tudo bem. Tudo bem nada, porque em todo lugar que eu ia tinha pão de queijo. Sempre que aparecia o pão de queijo eu falava: "Lá vem o pão de queijo novamente". Eu nunca mais, em entrevista nenhuma, falei mais no pão de queijo, quando alguém perguntava que comida mineira gostava.

O disco "Clube da Esquina", de 1972, foi um marco na sua carreira?
Esse disco foi um marco para todos nós [Milton Nascimento, Lô Borges, Márcio Borges, Fernando Brant e Ronaldo Bastos]. Fiz o convite primeiro para o Lô, depois chamei os outros músicos. O Lô é até hoje um dos meus melhores amigos. Nós compomos ainda. Agora ele fez uma homenagem para mim que quase acabou comigo. Eu disse para ele: "Você quer me matar, pô". Ele é o maior barato.

O peso da música americana no início de sua carreira foi grande, a ponto de um dos conjuntos que você montou ter se chamado "W`s Boys"...
Naquela época dos W's Boys, quando a gente costumava tocar em muitos bailes em Alfenas e toda região do sul de Minas, a gente não ouvia somente música norte-americana. Fomos muito influenciados também pela música que era feita em Cuba, Itália, França, México, e acho que tudo isso foi fundamental em nosso processo de fazer música. Mas nessa época a música inglesa e americana, em especial, tinha uma influência grande na nossa cultura.

Você já teve músicas censuradas no disco "Milagre dos Peixes" (1973). Na época, era tido como artista brando com o regime. Como fazia para driblar a censura?
Muita gente tem a visão de que minha postura era branda durante a ditadura. Mas isso é uma tremenda desinformação. Veja só uma coisa, quase todo mundo que era ameaçado entre 1964 e 1979 pelo CCC [Comando de Caça aos Comunistas] e pelos agentes do Dops tinha como primeira opção sair imediatamente do país. Agora, imagine aqueles que, como eu, recebiam ameaças o tempo todo e que, mesmo assim, decidiram ficar? Pense no que eu passei nos anos em que Castelo Branco, Costa e Silva, Médici e Geisel estiveram no poder. Muito se fala dos exilados, até com certo tratamento heroico, mas, me diga, e os que ficaram aqui e enfrentaram o desespero frente a frente? Disso ninguém fala! Eu nunca vejo a imprensa, que exalta tanto os exilados, falando dos resistentes. Pouca gente faz ideia do que era ser um artista durante a ditadura. Eu mesmo fui preso diversas vezes, e nunca vi ninguém falar disso. Perdi a conta de quantos amigos foram assassinados, e outros tantos até hoje continuam desaparecidos. Só quem ficou aqui sabe do que estou falando.

Como identificar uma letra de música malfeita?
Não costumo ficar analisando e identificando erros no trabalho dos outros. Quando decido gravar uma música composta por outro músico, não penso se ela é mal escrita ou não. Vejo se a beleza daquelas palavras toca meu coração, e se tocar, gravo.

De suas músicas, qual fala mais profundamente da sua alma?
Tudo que eu faço de certa forma tem a ver comigo, e eu só faço aquilo em que acredito e que me toca profundamente. Nesse meu novo disco ".E a gente sonhando", regravei uma música que a Nana Caymmi gravou de forma definitiva, Resposta ao tempo, de Cristovão Bastos e Aldir Blanc. Essa música fala muito sobre mim, mas não foi escrita por mim, entende? As músicas que fiz, cada uma a sua maneira, falam sobre os meus sentimentos, meus medos, solidões, tristezas, alegrias, ou seja, falam sobre Bituca.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Leitura em sala de aula

Hoje o tema da leitura em sala de aula é "Respeito". Gostaria que todos lessem o texto pensando a "empresa"como se fosse nossa escola. O que devo fazer para contribuir para o  meu sucesso, o sucesso de meu colega e o sucesso de minha escola? Em seguida, vamos  para o jogo cujo tema é "Declaração Universal dos  Direitos do Homem". Faremos ,então, a associação do tema do jogo com o do texto lido. Boa leitura!!! Lembre-se, cada pista que você usar no jogo, menos pontos você fará.

Todo ser humano merece respeito

É fato que todo e qualquer ser humano gosta e precisa ser respeitado. O respeito, além de ser considerado uma valiosa virtude, é essencial para que, nas empresas, possa haver um ambiente cujo clima organizacional seja harmonioso. Logo, isto se torna propício à produtividade; caso contrário, a mesma poderá ficar comprometida.
Por natureza, o respeito está atrelado ao comportamento e à atitude. Pensando assim, é preciso lembrar que cada ser humano veio de um "seio" familiar distinto. Cada um tem características peculiares, com valores e princípios diferenciados. Portanto, torna-se necessário que cada pessoa faça de seu íntimo uma breve análise, procurando seu autoconhecimento, analisando desta forma as profundezas de seu ser e sua conduta. Igual atenção deve ser dada ao comportamento diante de todos, diante da vida, verificando e buscando, desta forma, detectar suas falhas e procurando realizar os devidos acertos, tornando-se assim um ser humano cada vez melhor, uma nova pessoa.
Isto posto, torna-se de grande importância cuidar de sua atitude. É da mesma forma importante quanto cuidar de sua aparência perante o cenário mercadológico, e isto vale para quem deseja sobreviver no mercado de forma perene. É preciso aprender a respeitar a si próprio, para depois aprender a respeitar o próximo; logo, quem não se respeita, possui grande dificuldade em respeitar o outro.
Sabemos que o respeito é a base para a construção de quaisquer relacionamentos sólidos e equilibrados. Assim, na empresa, é preciso estar atento o tempo todo, procurando sempre respeitar o ambiente interno e externo em que estamos inseridos, enxergando nossos limites e respeitando o colega de trabalho como um verdadeiro ser humano.
É prioritário que também o percebamos como um verdadeiro parceiro, sabendo ouvi-lo, respeitando sempre o seu jeito de ser, dando-lhe a devida atenção, sendo cortês e educado para com todos, sem distinção. Todos merecem o devido respeito: desde o porteiro até a diretoria da empresa. Todos são parceiros e precisam ser respeitados.
Conhecedor da valiosa importância que tem o respeito no mundo dos negócios, um gestor do Século XXI deve ter o cuidado de inserir esse conceito na cultura organizacional da empresa do qual é responsável, preocupando-se em propagar o zelo pelo mesmo.
Face ao exposto, salientamos a importância de resgatar junto aos seus colaboradores os valores necessários à construção de uma pessoa melhor, que muitas vezes encontram-se perdidos no decorrer da caminhada. Tais valores são imprescindíveis para que esse "ser humano" se torne de fato humano, passando assim a não somente valorizar mais o outro, mas a respeitar a si próprio, bem como o próximo, tratando-o com dignidade, atenção, educação e respeito.
Vale frisar que o respeito e a educação são atributos bastante notáveis nas pessoas de destaque, e no trabalho faz todo um diferencial, já que sua imagem está sempre sendo observada.
É oportuno perceber que a ausência de respeito gera um estresse no ambiente de trabalho, situação essa desnecessária, que unicamente contribui para que ocorra certo desequilíbrio na produtividade, pois o colaborador, quando não se sente respeitado, não respeita os colegas de trabalho e nem a empresa da qual faz parte. Assim, ele não se dedica, não se empenha, não faz "aliança" com a empresa, não executa suas funções de forma a compartilhar idéias em equipe, e não se compromete com suas atividades, atribuições e/ou funções, podendo causar futuros transtornos dentro da organização.
De outro lado, quando se tem respeito, o ambiente de trabalho fica harmonioso e alegre, prevalecendo a transparência, a sinceridade e a verdade entre os componentes; assim, além de facilitar todo o trabalho em equipe, os colaboradores sentem que fazem parte de todo o processo, sentindo-se valorizados e satisfeitos.
Quando criamos em cada departamento esse clima favorável, temos o comprometimento e o envolvimento cada vez mais com as atividades, tendo cada "parceiro" sua natural iniciativa e seu consequente engajamento no trabalho em prol da busca incessante por resultados e, por conseguinte, maior produtividade.
Por fim, é preciso conscientizar que a empresa é composta por seres humanos, que devem não somente compartilhar, mas somar ideias, ideais, valores, princípios, conhecimentos, habilidades, talentos e compromissos; caso contrário, estará em pouco tempo fadada ao fracasso. Portanto, verifica-se que é de suma importância a empresa zelar pela agregação de todos esses valores.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Olá!!

Vamos aprender brincando? Selecionei algumas atividades de Língua Portuguesa com jogos interativos para que a aprendizagem seja mais prazerosa e significativa. Antes de iniciar, leia, por favor, as regras do jogo para melhor aproveitamento . Clique  brincar/jogo-da-gloria.htmlhttp://cvc.instituto-camoes.pt/aprender-portugues/a-brincar/jogo-da-gloria.html (verbos, colocação pronominal...)  http://ludotech.eu/jogos-por-assunto/ (advérbios) http://guida.querido.net/jogos/portug/dir-human.htm  (direitos humanos)  http://guida.querido.net/jogos/portug/ortogr-1.htm (ditongo -ão ou -am?)  http://guida.querido.net/jogos/portug/ortogr-2.htm ( brinca-se ou brincasse?)  http://guida.querido.net/jogos/portug/ortogr-3.htm ( Ah, à ou há? )
http://guida.querido.net/jogos/portug/divsil-2.htm ( fonologia - divisão silábica)
http://www.soportugues.com.br/secoes/jogos.php (substantivo e advérbio)
http://web.educom.pt/pr1305/hotpot_lp.htm (substantivo - hot potatoes)

Bom estudo!!!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Cem ( 100 ) dicas de Português


1 - "Custas só se usa na linguagem jurídica" para designar despesas feitas no processo. Portanto, devemos dizer: "O filho vive à custa do pai". No singular.

2 - Não existe a expressão "à medida em que". Ou se usa à medida que correspondente a à proporção que, ou se usa na medida em que equivalente a tendo em vista que.

3 - O certo é a meu ver e não ao meu ver.

4 - "A princípio" significa inicialmente, "antes de mais nada": Ex: A princípio, gostaria de dizer que estou bem. "Em princípio" quer dizer "em tese". Ex: Em princípio, todos concordaram com minha sugestão.

5 - "À-toa", (com hífen), é um adjetivo e significa "inútil", "desprezível". Ex: Esse rapaz é um sujeito à-toa. "À toa", (sem hífen), é uma locução adverbial e quer dizer "a esmo", "inutilmente". Ex: Andava à toa na vida.

6 - Com a conjunção se, deve-se utilizar acaso, e nunca caso. O certo: "Se acaso vir meu amigo por aí, diga-lhe..." Mas podemos dizer: "Caso o veja por aí...".

7 - Acerca de quer dizer a respeito de. Veja: Falei com ele acerca de um problema matemático. Mas cerca de é uma expressão em que o verbo haver indica tempo transcorrido, equivalente a faz. Veja: Há cerca de um mês que não a vejo.

8 - Não esqueça: alface é substantivo feminino. A alface está bem verdinha.

9 - Além pede sempre o hífen: além-mar, além-fronteiras, etc.

10 - Algures é um advérbio de lugar e quer dizer em algum lugar. Já alhures significa em outro lugar.


11 - Mantenha o timbre fechado do o no plural dessas palavras: almoços, bolsos, estojos, esposos, sogros, polvos, etc.

12 - O certo é alto-falante, e não auto-falante.

13 - O certo é alugam-se casas, e não aluga-se casas. Mas devemos dizer precisa-se de empregados, trata-se de problemas. Observe a presença da preposição (de) após o verbo. É a dica pra não errar.

14 - Depois de ditongo, geralmente se emprega x. Veja: afrouxar, encaixe, baixa, faixa, frouxo, rouxinol, trouxa, peixe, etc.

15 - Ancião tem três plurais: anciãos, anciães, anciões.

16 - Só use ao invés de para significar ao contrário de, ou seja, com ideia de oposição. Veja: Ela gosta de usar preto ao invés de branco. Ao invés de chorar, ela sorriu. Em vez de quer dizer em lugar de. Não tem necessariamente a ideia de oposição. Veja: Em vez de estudar, ela foi brincar com as colegas. (Estudar não é antônimo de brincar).

17 - Ainda se vê e se ouve muito aterrisar em lugar de aterrissar, com dois s. Escreva sempre com o "s" dobrado.

18 - Não existe preço barato ou preço caro. Só existe preço alto ou baixo. O produto, sim, é que pode ser caro ou barato. Veja: Esse televisor é muito caro. O preço desse televisor é alto.

19 - Ainda se vê muito, principalmente na entrada das cidades, a expressão bem vindo (sem hífen) e até benvindo. As duas estão erradas. Deve-se escrever bem-vindo, sempre com hífen.

20 - Atenção: nunca empregue hífen depois de bi, tri, tetra, penta, hexa, etc'. O nome fica sempre coladinho. O Sport se tornou tetracampeão no ano 2000. O Náutico foi hexacampeão em 1968. O Brasil foi bicampeão em 1962.

21 - Veja bem: uma revista bimensal é publicada duas vezes ao mês, ou seja, de 15 em 15 dias. A revista bimestral só sai nas bancas de dois em dois meses. Percebeu a diferença?

22 - Hoje, tanto se diz boêmia como boemia. Nelson Gonçalves consagrou a segunda, com a tonacidade no mia.

23 - Cuidado: Eu caibo dentro daquela caixa. A primeira pessoa do presente do indicativo assim se escreve porque o verbo é irregular.

24 - Preste atenção: O senador Luiz Estêvão foi cassado. Mas: O leão foi caçado e nunca foi achado. Portanto, cassar (com dois ss) quer dizer tornar nulo, sem efeito.

25 - Existem palavras que só devem ser empregadas no plural. Veja: os óculos, as núpcias, as olheiras, os parabéns, os pêsames, as primícias, os víveres, os afazeres, os anais, os arredores, os escombros, as fezes, as hemorróidas, etc.


26 - Pouca gente tem coragem de usar, mas o plural de caráter é caracteres. Então, Carlos pode ser um bom-caráter, mas os dois irmãos dele são dois maus-caracteres.

27 - Cartão de crédito e cartão de visita não pedem hífen. Já cartão-postal exige o tracinho.

28 - Catequese se escreve com s, mas catequizar é com z. Esse português...

29 - O exemplo acima foge de uma regrinha que diz o seguinte: os verbos derivados de palavras primitivas grafadas com s formam-se com o acréscimo do sufixo -ar: análise-analisar, pesquisa-pesquisar, aviso-avisar, paralisia-paralisar, etc.

30 - Censo é de recenseamento; senso refere-se a juízo. Veja: O censo deste ano deve ser feito com senso crítico.

31 - Você não bebe a champanhe. Bebe o champanhe. É, portanto, palavra masculina.

32 - Cidadão só tem um plural: cidadãos.

33 - Cincoenta não existe. Escreva sempre cinquenta.

34 - Ainda tem gente que erra quando vai falar gratuito e dá tonicidade ao i, como de fosse gratuíto. O certo é gratuito, da mesma forma que pronunciamos intuito, circuito, fortuito, etc.

35 - E ainda tem gente que teima em dizer rúbrica, em vez de rubrica, com a sílaba bri mais forte que as outras. Escreva e diga sempre rubrica.

36 - Ninguém diz eu coloro esse desenho. Dói no ouvido. Portanto, o verbo colorir é defectivo (defeituoso) e não aceita a conjugação da primeira pessoa do singular do presente do indicativo. A mesma coisa é o verbo abolir. Ninguém é doido de dizer eu abulo. Pra dar um jeitinho, diga: Eu vou colorir esse desenho. Eu vou abolir esse preconceito.

37 - Outro verbo danado é computar. Não podemos conjugar as três primeiras pessoas: eu computo, tu computas, ele computa. A gente vai entender outra coisa, não é mesmo? Então, para evitar esses palavrões, decidiu-se pela proibição da conjugação nessas pessoas. Mas se conjugam as outras três do plural: computamos, computais, computam.

38 - Outra vez atenção: os verbos terminados em -uar fazem a segunda e a terceira pessoa do singular do presente do indicativo e a terceira pessoa do imperativo afirmativo em -e e não em -i. Observe: Eu quero que ele continue assim. Efetue essas contas, por favor. Menino, continue onde estava.

39 - A propósito do item anterior, devemos lembrar que os verbos terminados em -uir devem ser escritos naqueles tempos com -i, e não -e. Veja: Ele possui muitos bens. Ela me inclui entre seus amigos de confiança. Isso influi bastante nas minhas decisões. Aquilo não contribui em nada com o progresso.

40 - Coser significa costurar. Cozer significa cozinhar.

41 - O correto é dizer deputado por São Paulo, senador por Pernambuco, e não deputado de São Paulo e senador de Pernambuco.


42 - Descriminar é absolver de crime, inocentar. Discriminar é distinguir, separar. Então dizemos: Alguns políticos querem descriminar o aborto. Não devemos discriminar os pobres.

43 - Dia a dia (sem hífen) é uma expressão adverbial que quer dizer todos os dias, dia após dia. Por exemplo: Dia a dia minha saudade vai crescendo. Enquanto que dia-a-dia (com hífen) é um substantivo que significa cotidiano e admite o artigo: O dia-a-dia dessa gente rica deve ser um tédio.
44 - A pronúncia certa é disenteria, e não desinteria.
45 - A palavra dó (pena) é masculina. Portanto, Sentimos muito dó daquela moça.

46 - Nas expressões é muito, é pouco, é suficiente, o verbo ser fica sempre no singular, sobretudo quando denota quantidade, distância, peso. Ex: Dez quilos é muito. Dez reais é pouco. Dois gramas é suficiente.

47 - Há duas formas de dizer: é proibido entrada, e é proibida a entrada. Observe a presença do artigo a na segunda locução.

48 - Já se disse muitas vezes, mas vale repetir: televisão em cores, e não a cores.

49 - Cuidado: emergir é vir à tona, vir à superfície. Por exemplo: O monstro emergiu do lago. Mas imergir é o contrário: é mergulhar, afundar. Veja o exemplo: O navio imergiu em alto-mar.

50 - A confusão é grande, mas se admitem as três grafias:enfarte, enfarto e infarto.

51 - Outra dúvida: nunca devemos dizer estadia em lugar de estada. Portanto, a minha estada em São Paulo durou dois dias. Mas a estadia do navio em Santos só demorou um dia. Portanto, estada para permanência de pessoas, e estadia para navios ou veículos.

52 - E não esqueça: exceção é com ç, mas excesso é com dois ss.

53 - Lembra-se dos verbos defectivos? Lá vai mais um: falir. No presente do indicativo só apresenta a primeira e a segunda pessoa do plural: nós falimos, vós falis. Já pensou em conjugá-lo assim: eu falo, tu fales...Horrível, não?

54 - Todas as expressões adverbiais formadas por palavras repetidas dispensam a crase: frente a frente, cara a cara, gota a gota, face a face, etc.

55 - Outra vez tome cuidado. Quando for ao supermercado, peça duzentos ou trezentos gramas de presunto, e não duzentas ou trezentas. Quando significa unidade de massa, grama é substantivo masculino. Se for a relva, aí sim, é feminino: não pise na grama; a grama está bem crescida.

56 - É frequente se ouvir no rádio ou na TV os entrevistados dizerem: Há muitos anos atrás... Talvez nem saibam que estão construindo uma frase redundante. Afinal, já dá ideia de passado. Ou se diz simplesmente há muito anos... ou muitos anos atrás... Escolha. Mas não junte o com atrás.

57 - Cuidado nessa arapuca do português: as palavras paroxítonas terminadas em -n recebem acento gráfico, mas as terminadas em -ns não recebem: hífen, hifens; pólen, polens.


58 - Atenção: Ele interveio na discórdia, e não interviu. Afinal, o verbo é intervir, derivado de vir.

59 - Item não leva acento. Nem seu plural itens.

60 - Atenção: As palavras meio e menos com função de advérbios são invariáveis, ou seja, não flexionam.Portanto: A mão está meio inchada. Há menos pessoas na reunião de hoje...

61 - Todo mundo gosta de dizer magérrima, magríssima, mas o superlativo de magro é macérrimo.

62 - Antes de particípios não devemos usar melhor nem pior. Portanto, devemos dizer: os alunos mais bem preparados são os .... E nunca: os alunos melhor preparados...

63 - Essa história de mal com l, e mau com u, até já cansou: É só decorar: Mal é antônimo de bem, e mau é antônimo de bom. É só substituir uma por outra nas frases para tirar a dúvida.

64 - Pronuncie máximo, como se houvesse dois ss no lugar do x. (mássimo)

65 - Toda vez que disser: É meio-dia e meio você estará errando. O certo é: meio-dia e meia, ou seja, meio-dia e meia hora.

66 - Não tenho nada a ver com isso, e não haver com isso.

67 - Nem um nem outro leva o verbo para o singular: Nem um nem outro conseguiu cumprir o que prometeu.

68 - Toda vez que usar o verbo gostar tenha cuidado com a ligação que ele tem com a preposição de. Ex: a coisa de que mais gosto é passear no parque. A pessoa de que(de quem) mais gosto é minha mãe.

69 - Lembre-se: pára, com acento, não existe mais.Correto: para

70 - E tem mais: pêlo(substantivo) não recebe mais acento.Para diferenciar da preposição pelo só o contexto.

71 - E quer mais? Pêra, a fruta,não leva mais acento. Correto: pera.

72 - Pôde, terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do verbo poder. É para diferenciar de pode, a forma do presente. Então dizemos: Ele até que pôde fazer tudo aquilo, mas hoje não pode mais. Percebeu a diferença?

73 - Pôr só leva acento quando é verbo: "Quero pôr tudo no seu devido lugar". Mas se for preposição, não leva acento: Por qualquer coisa, ele se contenta.

74 - Fique atento: nunca diga, nem escreva 1 de abril, 1 de maio. Mas sempre: primeiro de abril, primeiro de maio. Prevalece o ordinal.

75 - É chato, pedante ou parece ser errado dizer quando eu vir Maria, darei o recado a ela. Mas esse é o emprego correto do verbo ver no futuro do subjuntivo. Se eu o vir, quando eu o vir. Mas quando é o verbo vir que está na jogada, a coisa muda: quando eu vier, se eu vier.

76 - Só use quantia para somas em dinheiro. Para o resto, pode usar quantidade. Veja: Recebi a quantia de 20 mil reais. Era grande a quantidade de animais no meio da pista.

77 - O prefixo recém sempre se separa por hífen da palavra seguinte e deve ser pronunciado como oxítona: recém-chegado de Londres.

78 - Não esqueça: retificar é corrigir, e ratificar é comprovar, reafirmar: Eu ratifico o que disse e retifico meus erros.

79 - Quando disser ruim, diga como se a sílaba mais forte fosse - im. Não tem cabimento outra pronúncia.

80 - Fique atento: só empregamos São antes de nomes que começam por consoante: São Mateus, São João, São Tomé, etc. Se o nome começa por vogal ou h, empregamos Santo: Santo Antônio, Santo Henrique, etc.

81 - E lembre-se: seção, com ç, quer dizer parte de um todo, departamento: a seção eleitoral, a seção de esportes. Já sessão, com dois ss, significa intervalo de tempo que dura uma reunião, uma assembleia, um acontecimento qualquer: A sessão do cinema demorou muito tempo.

82 - Não confunda: senão, (juntinho), quer dizer caso contrário e se não, (separado), equivale a se por acaso não . Veja: Chegue cedo, senão eu vou embora. Se não chegar cedo, eu vou embora. Percebeu a diferença?

83 - Tire esta dúvida: quando é adjetivo equivale a sozinho e varia em número, ou seja, pode ir para o plural. Mas como advérbio, quer dizer somente. Aí não se mexe. Veja: Brigaram e agora vivem sós (sozinhos). Só (somente) um bom diálogo os trará de volta.

84 - É comum ouvirmos no rádio e na tv o entrevistado dizer: O que nos falta são subzídios. Quer dizer, fala com a pronúncia do z. Mas não é: pronuncia-se ss. Portanto, escreva subsídio e pronuncie subssídio.

85 - Taxar quer dizer tributar, fixar preço. Tachar é atribuir defeito, acusar.

86 - E nunca diga: Eu torço para o Flamengo. Quem torce de verdade, torce pelo Flamengo.

87 - Todo mundo tem dúvida, mas preste atenção: 50% dos estudantes passaram nos testes finais. Somente 1% terá condições de pagar a mensalidade. Acreditamos que 20% do eleitorado se abstenha de votar nas próximas eleições. Mais exemplos: 10% estão aptos a votar, mas 1% deles preferem fugir das urnas. Quer dizer, concorde com o mais próximo e saiba que essa regra é bastante flexível.

88 - Um dos que deixa dúvidas,mas, pela norma culta, devemos pluralizar. Há gramáticos que aceitam o emprego do singular depois dessa expressão: Eu sou um dos que foram admitidos. Sandra é uma das que ouvem rádio.

89 - Veado se escreve com e, e não com I.

90 - Esse português tem cada uma: tem viagem com G e viajem com J . Tire a dúvida: viagem é o substantivo. A viagem foi boa. Viajem é o verbo: Caso vocês viajem, levem tudo.

91 - O prefixo vice sempre se separa por hífen da palavra seguinte: vice-prefeito, vice-governador, vice-reitor, vice-presidente, vice-diretor, etc.

92 - Geralmente, se usa o x depois da sílaba inicial en: enxaguar, enxame, enxergar, enxaqueca, enxofre, enxada, enxoval, enxugar, etc. Mas cuidado com as exceções: encher e seus derivados (enchimento, enchente, enchido, preencher, etc) e quando -en se junta a um radical iniciado por ch: encharcar (de charco), enchumaçar (de chumaço), enchiqueirar (de chiqueiro), etc.

93 - Não adianta teimar: chuchu se escreve mesmo é com ch.

94 - Ciclo vicioso não existe. O correto é círculo vicioso.

95 - E qual a diferença entre achar e encontrar? Use achar para definir aquilo que se procura, e encontrar para aquilo que, sem intenção nenhuma, se apresenta à pessoa. Veja: Achei finalmente o que procurava. Maria encontrou uma corda debaixo da cama. Jorge achou o gato dele que fugiu na semana passada.

96 - Adentro é uma palavra só: meteu-se porta adentro. A lua sumiu noite adentro.

97 - Não existe adiar para depois. Isso é redundante, porque adiar só pode ser para depois.

98 - Afim (juntinho) tem relação com afinidade: gostos afins, palavras afins. A fim de (separado) equivale a para: veio logo a fim de me ver bem vestido.

99 - Pode parecer meio estranho, mas pode conjugar o verbo aguar normalmente: eu águo, tu águas, ele água, nós aguamos, vós aguais, eles águam.

100 – O verbo convidar no sentido de solicitar a presença de alguém,chamar, convocar,exige a preposição para, e não a preposição a. Ex: Joseleide e Anacleto convidam a família e os amigos para participarem da cerimônia de casamento de sua filha.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Gêneros textuais

“Os gêneros são, em última análise, o reflexo de estruturas sociais recorrentes e típicas de cada cultura. Por isso, em princípio, a variação cultural deve trazer conseqüências significativas para a variação de gêneros, mas este é um aspecto que somente o estudo intercultural dos gêneros poderá decidir.” (MARCUSCHI, 2002)
- O gênero privilegia a natureza funcional e interativa da língua, já o tipo textual se preocupa com o aspecto formal e estrutural.
 Aspectos que devem ser observados na produção e uso do gênero textual:
       -  Natureza da informação
       -  Nível de linguagem (formal, informal, dialetal, culta)
       -  Situação em que o gênero se apresenta (pública, privada, solene)
 Gêneros discursivos: são realizações linguísticas concretas orais ou escritas, surgem da nossa necessidade, são empíricos. Ex: certidão de nascimento, resenha, telefonema, notícia jornalística, crônica, novela, horóscopo, receita, ofício, e-mail, bilhete, aula, monografia, parlenda, rótulos, música.... Clique http://sitededicas.uol.com.br/ e veja exemplos de diferentes contos, fábulas e contos ilustrados sem texto.