domingo, 13 de maio de 2012

O texto dissertativo-argumentativo - dicas para fazer uma boa redação


 

 

Vale ressaltar que não se trata de um regra a ser seguida, mas apenas de uma dica que pode ser totalmente ou em partes aproveitada.


 

Primeiro passo: entender bem o tema do texto


 

Exemplo: TEMA: “O adolescente, hoje, precisa de limites?”

  • Desse tema eu posso retirar uma expressão central: “limite para os adolescentes”. Ou posso, simplesmente, retirar a expressão “limites”.


 

Segundo passo: a introdução do texto

  • Começo a escrever o texto dissertativo-argumentativo definindo a expressão central retirada do tema.

 

Exemplo: Definindo a expressão “limite para os adolescentes” : O que é, ou o que significa dar limites aos adolescentes? 

  

Vou elaborar um pequeno texto (pode ser uma frase ou mais de uma ) respondendo essa questão:


 

   A sociedade constitui-se de pessoas que se transformam ao longo do tempo, mudam a forma de pensar e agir. Isso faz com que uma geração de adolescentes não seja, necessariamente, igual a uma anterior, assim como são diferentes as regras e os valores sociais de cada geração. No entanto, independente da época, sempre existirão regras e valores que moldarão o pensamento, o comportamento, as atitudes dos jovens na sociedade – são os chamados limites, que podem se apresentar de maneiras diversas, com maior ou menor rigor.


 

  • Depois de definir a expressão central retirada do tema, é hora de esclarecer o objetivo do texto. 


     

    • Geralmente é possível, nessa hora, responder perguntas como: o que eu pretendo argumentar? Qual é o meu objetivo ao escrever esse texto? 


     

    • É muito importante centrar-se no tema proposto na hora de estabelecer um objetivo.

 

Exemplo: Como o tema, nesse caso, é “O adolescente, hoje, precisa de limites?", então, o objetivo será, exatamente, responder essa questão. Assim, eu posso fechar minha introdução com uma pergunta (lembrando-me, sempre, de não copiar o tema proposto) ou posso colocar a questão do tema sem ser em forma de pergunta propriamente.


 

   A sociedade constitui-se de pessoas que se transformam ao longo do tempo, mudam a forma de pensar e agir. Isso faz com que uma geração de adolescentes não seja, necessariamente, igual a uma anterior, assim como são diferentes as regras e os valores sociais de cada geração. No entanto, independente da época, sempre existirão regras e valores que moldarão o pensamento, o comportamento, as atitudes dos jovens na sociedade – são os chamados limites, que podem se apresentar de maneiras diversas, com maior ou menor rigor. Hoje, questiona-se se esses limites devem ser impostos aos adolescentes ou se estes devem ser mais livres para estabelecerem seus próprios limites.
 

Terceiro passo: o desenvolvimento do texto

  • Para começar a desenvolver o texto, é interessante fazer um esquema sobre o que quero argumentar. 


     

    • Posso colocar em tópicos, num rascunho, os pontos principais de cada argumento, lembrando, sempre, do objetivo do texto, para não deixar a redação “caminhar” para um rumo muito além do esperado.

 

Exemplo: O objetivo é saber se os adolescentes precisam ou não de limites. Eu posso argumentar de várias formas. Vou colocar, aqui, 4 opções:

 


 

OPÇÃO 1: Posso defender a ideia de que os adolescentes precisam de limites e apresentar justificativas para isso:

Esquema:

- Os adolescentes precisam de limites porque, nessa fase da vida, ainda estão se moldando valores que os farão indivíduos íntegros, com caráter.


 

- Os adolescentes precisam de limites porque, nessa fase da vida, eles ainda não têm total discernimento para distinguir tudo que é certo e errado, segundo um modelo de vida sadio e com respeito à moral.


 

OPÇÃO 2: Posso defender a ideia de que os adolescentes precisam de limites, justificar essa opinião e apresentar exemplo(s) que comprove(m) isso:

 


Esquema:

 - Os adolescentes precisam de limites porque, nessa fase da vida, ainda estão se moldando valores que os farão indivíduos íntegros, com caráter, e também os adolescentes não têm total discernimento para distinguir tudo que é certo e errado segundo um modelo de vida sadio e com respeito à moral.


 

- Sobre os exemplos: posso apresentar valores que se aprendem na adolescência e são levados para a vida inteira, sendo tais valores passados através dos limites impostos. Apresentar exemplo(s), também, de atitudes de jovens que mostram a falta de discernimento para distinguir certo e errado.

 

OPÇÃO 3: Posso defender a ideia de que os adolescentes NÃO precisam de limites e apresentar justificativas para isso:


 

Esquema:

- Os adolescentes não precisam de limites, mas de carinho dos pais, que estão cada vez mais ausentes. Os limites impostos acabam afastando pais e filhos.


 

- Os adolescentes não precisam de limites porque eles já são capazes de entender as regras sociais, e os limites serviriam apenas para inibir a criatividade, a liberdade, a capacidade do adolescente de “amadurecer” sozinho, de encarar a realidade tal como ela é.


 

OPÇÃO 4: Posso defender a ideia de que os adolescentes precisam de limites, mas estes não devem ser impostos com muito rigor:


Esquema:

- Os adolescentes precisam de limites porque todo ser humano deve saber lidar com regras, ter disciplina para enfrentar todo tipo de situação, e isso se constrói ao longo da vida, principalmente, quando se é jovem.


 

- Por outro lado, esses limites não precisam ser impostos com tanto rigor, porque pode tolher a criatividade, a liberdade do adolescente.


 

  • Após esquematizar os argumentos, seria interessante desenvolver esse esquema em, pelo menos, dois parágrafos. 


     

    • Não posso me esquecer de fazer uma ligação entre esses parágrafos através de uma expressão ou de uma conjunção que mostre a relação entre eles.

 

Exemplo: Coloquei diferentes maneiras de desenvolver o texto. Vou escolher apenas uma para a redação não ficar confusa, cheia de informações e com pouca objetividade. Vou escolher a primeira opção para exemplificar meu desenvolvimento.


 

            Os jovens entre doze e dezoito anos vivem uma fase em que os valores morais e sociais ainda estão se moldando. Trata-se de um período em que o adolescente encontra-se em meio às regras impostas pela escola, pela família, pela sociedade em geral, e essas regras estabelecem limites que, mais tarde, ajudarão esse adolescente de hoje a tornar-se um cidadão íntegro, com caráter e disciplinado.
            Além disso, nessa fase bem jovem da vida, não se tem total discernimento para distinguir tudo que é certo e errado segundo um modelo de vida sadio e com respeito à moral. O adolescente vive cercado de bons e maus exemplos, sendo estes últimos bastante atraentes, tendo em vista o “glamour” da transgressão. Nessa realidade, diferir o que é interessante momentaneamente e o que é correto e promissor não é uma tarefa fácil para o adolescente, por isso é necessário impor limites para que ele aprenda estabelecer essa distinção.

 

Quarto passo: a conclusão 

 

  • Para iniciar a conclusão é necessário voltar à introdução do texto para relembrar o tema e o objetivo apresentados. Escrevo, então, uma frase (ou mais de uma) sintetizando o objetivo do texto e o foco da argumentação (esse foco da argumentação pode ser encontrado no esquema feito para desenvolver o texto).  

    • Preciso lembrar que não posso repetir o que já foi usado na redação, preciso usar outras palavras e escrever algo não muito longo, pois é só uma síntese. 

 

    • E mais uma dica: seria interessante usar uma expressão ou uma conjunção que marque a conclusão do texto. Mas é bom tentar ser criativo, não colocar aquelas expressões “batidas”, usadas com muita frequência, pois empobrecem a redação: a simplicidade, na dúvida, é sempre a melhor escolha.

             Exemplo:


             Assim, diante da dúvida se se deve impor limites aos adolescentes hoje, pode-se afirmar que a sociedade precisa de indivíduos de bom caráter e que tenham noção de disciplina. Para se ter isso, é preciso que os jovens saibam seguir regras, internalizar valores e distinguir o melhor caminho a ser percorrido
 

  • Para encerrar a conclusão, às vezes, é interessante apresentar uma solução para o problema tratado ou uma sugestão relacionada à questão desenvolvida.

Exemplo: como a questão que estou usando como exemplo diz respeito aos limites, e o desenvolvimento apresentando, aqui, centrou-se na justificativa de se impor, sim, limites aos adolescentes, então, posso fechar o texto com uma das duas opções abaixo
 

1) Uma sugestão para os pais: mostrando uma maneira de impor limites apropriada para a geração de adolescentes atual.
2) Uma sugestão para os próprios adolescentes: mostrando uma maneira de entender a imposição de limites como algo positivo.
 

Escolho, então, a segunda opção para encerrar:

 

          Assim, diante da dúvida se se deve impor limites aos adolescentes hoje, pode-se afirmar que a sociedade precisa de indivíduos de bom caráter e que tenham noção de  disciplina. Para se ter isso, é preciso que os jovens saibam seguir regras, internalizar valores e distinguir o melhor caminho a ser percorrido. Portanto, os adolescentes não devem enxergar os limites impostos como uma forma de perseguição ou como uma maneira de evitar que eles “vivam a vida", mas sim como uma auto-defesa diante da liberdade exagerada, da falta de humanidade, do modismo em detrimento do amor próprio e do excesso de "doces armadilhas" que a realidade apresenta.


 


 

O TEXTO COMPLETO:


 

        A sociedade constitui-se de pessoas que se transformam ao longo do tempo, mudam a forma de pensar e agir. Isso faz com que uma geração de adolescentes não seja, necessariamente, igual a uma anterior, assim como são diferentes as regras e os valores sociais de cada geração. No entanto, independente da época, sempre existirão regras e valores que moldarão o pensamento, o comportamento, as atitudes dos jovens na sociedade – são os chamados limites, que podem se apresentar de maneiras diversas, com maior ou menor rigor. Hoje, questiona-se se esses limites devem ser impostos aos adolescentes ou se estes devem ser mais livres para estabelecerem seus próprios limites.

        Os jovens entre doze e dezoito anos vivem uma fase em que os valores morais e sociais ainda estão se moldando. Trata-se de um período em que o adolescente encontra-se em meio às regras impostas pela escola, pela família, pela sociedade em geral, e essas regras estabelecem limites que, mais tarde, ajudarão esse adolescente de hoje a tornar-se um cidadão íntegro, com caráter e disciplinado.

        Além disso, nessa fase bem jovem da vida, não se tem total discernimento para distinguir tudo que é certo e errado segundo um modelo de vida sadio e com respeito à moral. O adolescente vive cercado de bons e maus exemplos, sendo estes últimos bastante atraentes, tendo em vista o “glamour” da transgressão. Nessa realidade, diferir o que é interessante momentaneamente e o que é correto e promissor não é uma tarefa fácil para o adolescente, por isso é necessário impor limites para que ele aprenda estabelecer essa distinção.

        Assim, diante da dúvida se se deve impor limites aos adolescentes hoje, pode-se afirmar que a sociedade precisa de indivíduos de bom caráter e que tenham noção de disciplina. Para se ter isso, é preciso que os jovens saibam seguir regras, internalizar valores e distinguir o melhor caminho a ser percorrido. Portanto, os adolescentes não devem enxergar os limites impostos como uma forma de perseguição ou como uma maneira de evitar que eles “vivam a vida", mas sim como uma auto-defesa diante da liberdade exagerada, da falta de humanidade, do modismo em detrimento do amor próprio e do excesso de "doces armadilhas" que a realidade apresenta.