quarta-feira, 30 de março de 2011

Linguagem, Língua Falada e Língua Escrita

 O que é linguagem?
É a capacidade que possuímos de expressar nossos pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos. 

A Linguagem está relacionada a fenômenos comunicativos; onde há comunicação, há linguagem. Podemos usar inúmeros tipos de linguagens para estabelecermos atos de comunicação, tais como: sinais, símbolos, sons, gestos e regras com sinais convencionais (linguagem escrita e linguagem mímica, por exemplo). Num sentido mais genérico, a Linguagem pode ser classificada como qualquer sistema de sinais que se valem os indivíduos para comunicar-se.

Tipos de Linguagem
Pode ser:

Verbal: 
É aquela que faz uso das palavras para comunicar algo.
Ex:

Não Verbal:
Utiliza outros métodos de comunicação, que não são as palavras. Dentre elas estão a linguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a linguagem corporal, uma figura, a expressão facial, um gesto, etc.
Ex:

Língua
É um instrumento de comunicação, sendo composta por regras gramaticais que possibilitam que determinado grupo de falantes consiga produzir enunciados que lhes permitam comunicar-se e compreender-se.  
Ex:


falantes da língua portuguesa.
A língua possui um caráter social: pertence a todo um conjunto de pessoas, as quais podem agir sobre ela. Cada membro da comunidade pode optar por esta ou aquela forma de expressão. Por outro lado, não é possível criar uma língua particular e exigir que outros falantes a compreendam. Dessa forma, cada indivíduo pode usar de maneira particular a língua comunitária, originando a fala. A fala está sempre condicionada pelas regras socialmente estabelecidas da língua, mas é suficientemente ampla para permitir um exercício criativo da comunicação. 
Um indivíduo pode pronunciar um enunciado da seguinte maneira:


A família de Regina era paupérrima.Outro, no entanto, pode optar por:
A família de Regina era muito pobre.
Diferenças e semelhanças
As diferenças e semelhanças constatadas devem-se às diversas manifestações da fala de cada um. 
Além disso, essas manifestações devem obedecer às regras gerais da língua portuguesa, para não correrem o risco de produzir enunciados incompreensíveis como:


Família a paupérrima de era Regina. 
Língua Falada e Língua Escrita
Não confundir língua com escrita, pois são dois meios de comunicação distintos. A escrita representa um estágio posterior de uma língua. 

Língua falada:
Mais espontânea, abrange a comunicação linguística em toda sua totalidade. Além disso, é acompanhada pelo tom de voz, algumas vezes por mímicas, incluindo-se fisionomias. 

Língua escrita:
É um sistema mais disciplinado e rígido, uma vez que não conta com o jogo fisionômico, as mímicas e o tom de voz do falante.

Por exemplo: No Brasil, todos falam a língua portuguesa, mas existem usos diferentes da língua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:


Fatores regionais: 
Nota-se a diferença do português falado por um habitante da região nordeste e outro da região sudeste do Brasil. 
Dentro de uma mesma região, também há variações no uso da língua. No estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por um cidadão que vive na capital e aquela utilizada por um cidadão do interior do estado.


Fatores culturais: o grau de escolarização e a formação cultural de um indivíduo também são fatores que colaboram para os diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada utiliza a língua de uma maneira diferente da pessoa que não teve acesso à escola.


Fatores contextuais: nosso modo de falar varia de acordo com a situação em que nos encontramos: quando conversamos com nossos amigos, não usamos os termos que usaríamos se estivéssemos discursando em uma solenidade de formatura.

Fatores profissionais: o exercício de algumas atividades requer o domínio de certas formas de língua chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas formas têm uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, químicos, profissionais da área de direito e da informática, biólogos, médicos, linguistas e outros especialistas.


Fatores naturais: o uso da língua pelos falantes sofre influência de fatores naturais, como idade e sexo. Uma criança não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí falar-se em linguagem infantil e linguagem adulta. 


Fala
Utilização oral da língua pelo indivíduo. É um ato individual, pois cada indivíduo, para a manifestação da fala, pode escolher os elementos da língua que lhe convém, conforme seu gosto e sua necessidade, de acordo com a situação, o contexto, sua personalidade, o ambiente sociocultural em que vive, etc. 
Desse modo, dentro da unidade da língua, há uma grande diversificação nos mais variados níveis da fala

Cada indivíduo, além de  conhecer o que fala, conhece também o que os outros falam; é por isso que somos capazes de dialogar com pessoas dos mais variados graus de cultura, embora nem sempre a linguagem delas seja exatamente como a nossa. 

Níveis da fala
Devido ao caráter individual da fala, é possível observar alguns níveis:

Nível coloquial-popular:
É a fala que a maioria das pessoas utiliza no seu dia a dia, principalmente em situações informais. Esse nível da fala é mais espontâneo, ao utiizá-lo, não nos preocupamos em saber se falamos de acordo ou não com as regras formais estabelecidas pela língua.

Nível formal-culto:  
É o nível da fala normalmente utilizado pelas pessoas em situações formais. Caracteriza-se por um cuidado maior com o vocabulário e pela obediência às regras gramaticais estabelecidas pela língua.

Signo
O signo linguístico é um elemento representativo que apresenta dois aspectos: o significado e o significante. Ao escutar a palavra cachorro, reconhecemos a sequência de sons que formam essa palavra. Esses sons se identificam com a lembrança deles que está em nossa memória. 
Essa lembrança constitui uma real imagem sonora, armazenada em nosso cérebro que é o significante do signo cachorro
Quando escutamos essa palavra, logo pensamos em um animal irracional de quatro patas, com pelos, olhos, orelhas, etc. Esse conceito que nos vem à mente é o significado do signo cachorro e também se encontra armazenado em nossa memória.
Ao empregar os signos que formam a nossa língua, devemos obedecer às regras gramaticais convencionadas pela própria língua. Desse modo, por exemplo, é possível colocar o artigo indefinido um diante do signo cachorro, formando a sequência um cachorro, o mesmo não seria possível se quiséssemos colocar o artigo uma diante do signo cachorro. A sequência uma cachorro contraria uma regra de concordância da língua portuguesa, o que faz com que essa sentença seja rejeitada. 

Os signos que constituem a língua obedecem a padrões determinados de organização. O conhecimento de uma língua engloba tanto a identificação de seus signos, como também o uso adequado de suas regras combinatórias.

 *Signo = significado (é o conceito, a ideia transmitida pelo signo, a parte abstrata do signo) + significante (é a imagem sonora, a forma, a parte concreta do signo, suas letras e seus fonemas)


Língua: conjunto de sinais baseado em palavras que obedecem às regras gramaticais.

Signo: elemento representativo que possui duas partes indissolúveis: significado e significante.

Fala: uso individual da língua, aberto à criatividade e ao desenvolvimento da liberdade de expressão e compreensão.

terça-feira, 1 de março de 2011

Sujeito e Predicado

Introdução


Chamamos de termos essenciais da oração aqueles que compõem a estrutura básica da oração, ou seja, que são necessários para que a oração tenha significado. São eles: sujeito e predicado.

Encontramos diversas definições do que vem a ser sujeito, tais como:
  • Sujeito é o elemento do qual se diz alguma coisa.
  • Sujeito é o ser que pratica ou recebe a ação que o verbo expressa.
Já sobre predicado podemos dizer que é aquilo que se diz sobre o sujeito.



SUJEITO


NÚCLEO DO SUJEITO


É a palavra (substantivo ou pronome) que realmente indica a função sintática que está exercendo.

Exemplo: O computador travou novamente.
                      Núcleo

A lâmpada está queimada.
    Núcleo

TIPOS DE SUJEITO


O sujeito pode ser:

DETERMINADO


O sujeito é determinado quando é facilmente apontado na oração e subdivide-se em: simples e composto.

a) SIMPLES à quando possui um único núcleo.

Exemplo: o menino quebrou a janela.
                  Núcleo

Olga aprendeu a tocar violão.
Núcleo

b) COMPOSTO  apresenta dois ou mais núcleos.

Exemplo: Do Carmo e Dirceu cambaleavam pela rua.
                         Núcleo

O Windows e o Linux disputam o mercado de informática.
            Núcleo

c) IMPLÍCITO à quando podemos identifica-lo através da desinência verbal.

Exemplo: (eu) Pintei algumas camisas.

(nós) Viajaremos para São Paulo.

INDETERMINADO


Quando não é possível determiná-lo na oração.

O sujeito indeterminado apresenta-se de duas maneiras:
  1. verbo na 3ª pessoa do plural, sem a existência de outro elemento que exija essa flexão do verbo.
  2. verbo na 3ª pessoa do singular acompanhado do pronome SE.
Exemplo: Maria, falaram de você na festa.
Mandaram o pintor concluir o serviço.
Precisa-se de costureiras.

ORAÇÕES SEM SUJEITO


São orações constituídas apenas pelo predicado, pois a informação fornecida não se refere a nenhum sujeito. As principais são:
  1. verbos que exprimem fenômenos da natureza: chover, trovejar, nevar, anoitecer, amanhecer, etc.
  2. Exemplo: Choveu muito hoje pela manhã. Nevou bastante durante o inverno.
  3. o verbo haver no sentido de existir ou indicação de tempo transcorrido.
  4. Exemplo: Houve sérios problemas na rede da empresa. vários anos não viajamos juntos.
  5. verbo fazer, ser e estar indicando tempo transcorrido ou tempo que indique fenômeno da natureza.
  6. Exemplo: Faz duas semanas que não viajamos. Está muito quente hoje. Era noite quando ele chegou.
Observações:
  1. o verbo SER, impessoal, concorda com o predicativo, podendo aparecer na 3ª pessoa do plural.
  2. Exemplo: São oito horas da manhã. É uma hora da tarde.
  3. os verbos que indicam fenômenos da natureza, quando usados em sentido conotativo (figurado) deixam de ser impessoais.
  4. Exemplo: Amanheci indisposto. Choveram reclamações sobre as operadoras de telefonia.
  5. quando um pronome indefinido representa o sujeito ele deve ser classificado como determinado.
  6. Exemplo: Alguém pegou a minha borracha. Ninguém ligou hoje.

PREDICADO


O predicado é aquilo que se comenta sobre o sujeito. Para estudá-lo é necessário conhecer o verbo que forma o predicado: verbo de ação ou ligação 

VERBOS DE LIGAÇÃO


São verbos que expressam estado ou mudança de estado e ligam o sujeito ao predicativo.

Exemplo: Os alunos permaneceram na sala.
                                        VL
O computador é antigo.
                      VL

O verbo de ligação pode expressar:
  1. estado permanente: expressa o que é habitual, o que não se modifica. Verbos SER e VIVER.
  2. Exemplo: Anita é bonita.
  3. estado transitório: expressa o que é passageiro. Verbos ESTAR, ANDAR, ACHAR-SE, ENCONTRAR-SE.
  4. Exemplo: Antônio anda preocupado. A criança está doente.
  5. mudança de estado: revela transformação. Verbos FICAR, TORNAR-SE, ACABAR, CAIR, METER-SE.
  6. Exemplo: A pintura ficou bonita
  7. continuação de estado: Verbos CONTINUAR, PERMANECER.
  8. Exemplo: O computador permaneceu desligado. José continua febril.
  9. estado aparente: VERBO PARECER.
  10. Exemplo: A sobremesa parece saborosa.

TIPOS DE PREDICADO


Há três tipos de predicado: predicado nominal, predicado verbal e predicado verbo-nominal.

PREDICADO NOMINAL


Expressa o estado do sujeito. O verbo é de ligação.

Exemplo: O dia continua quente.
                           PREDICADO
Todos permaneciam apreensivos.
                  PREDICADO

Observação: o núcleo do predicado nominal é chamado predicativo do sujeito, pois atribui qualidade ou condição.

PREDICADO VERBAL


Expressa a ação praticada ou recebida pelo sujeito.

Exemplo: Os professores receberam o prêmio.
                                             PREDICADO

Observação: o núcleo do predicado verbal é o verbo, pois sua mensagem principal é a ação praticada ou recebida pelo sujeito.

Exemplo: Os trabalhadores exigem melhores condições de trabalho.
                                                            PREDICADO

PREDICADO VERBO-NOMINAL


Informa a ação e o estado do sujeito.

Exemplo: Nós chegamos cansados.
                         AÇÃO    ESTADO

Cândida retornou feliz da viagem.
                AÇÃO      ESTADO

Observação: o predicado verbo-nominal é constituído de dois núcleos – um verbo e um nome – porque fornece duas informações: ação e estado.

Exemplo: O comprador saiu da loja estressado.

A criança dormia tranqüila.